01/10/2025 - Psicanalista é preso suspeito de abusar de pacientes menores em igreja
Um psicanalista de 63 anos foi preso em Vila Velha, na Grande Vitória, suspeito de estuprar uma paciente de 12 anos e outras meninas menores de idade no próprio consultório e até dentro de uma igreja. Uma das vítimas tem diagnóstico de esquizofrenia. A prisão preventiva ocorreu no dia 24 e as informações foram divulgadas pela Polícia Civil nesta terça-feira (30).
Segundo a Polícia Civil, o homem é casado, tem filhos e usava a profissão para se aproximar das vítimas e praticar os crimes.
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O homem deve responder por estupro de vulnerável e estupro qualificado. O nome do suspeito e das vítimas não foram divulgados conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (Ecriad).
O g1 não conseguiu contato com a defesa do preso.
Investigação
A investigação começou em março deste ano, após uma vítima de 12 anos relatar os abusos para uma psicóloga da escola em que estudava.
Psicanalista de 63 anos é preso suspeito de abusar sexualmente de pacientes menores de idade em Vila Velha, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
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A delegada adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Thais Cruz contou que a profissional relatou o caso para o pai da adolescente e os dois foram até a delegacia registrar a ocorrência.
"A vítima de imediato foi ouvida por uma psicóloga e lá ela relatou que ela estava com um machucado na coxa, e ele pediu pra ver esse machucado. Quando ele viu esse machucado, ele aproveitou e pegou na parte íntima dela. Diante da reação da menina, ele disse: 'eu vou te explicar o que é um abuso sexual'. Então ele tocava no seio, nas partes íntimas, dizendo que aquilo era crime e praticava o ato", informou a delegada.
Os atendimentos do psicanalista aconteciam no escritório dentro da casa do suspeito, que é evangélico e formado em teologia, e não levantava suspeita dos pais das vítimas.
"Ele tentava ganhar a confiança das vítimas, oferecia presentes. Chamou a nossa atenção que ele também pediu para essa vítima segurar bichinhos de pelúcia durante a sessão para ele fotografar", disse.
Durante o depoimento, o homem negou os crimes e tentou desqualificar as vítimas, alegando que uma delas teria inventado os abusos por sofrer de esquizofrenia.
Primeiro caso
Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), em Vitória, Espírito Santo.
PCES
Ainda de acordo com a delegada, o primeiro caso teria acontecido em 2019 contra uma adolescente de 16 anos com esquizofrenia dentro de uma igreja.
"Ela procurou um serviço comunitário dentro de uma igreja, que ele realizava de forma gratuita, e foi atendida por ele. Nesse abuso de 2019 ele se utilizou de violência para segurar a vítima e praticar atos libidinosos", pontuou a delegada.
O homem também chantageava a vítima com presentes. A adolescente contou para a mãe, que denunciou o caso para a polícia. O suspeito foi afastado da igreja, mas continuou realizando os atendimentos em casa.
Na época um inquérito foi aberto, mas pela falta de provas o caso ficou parado por seis anos. A delegada acredita que mais denúncias podem aparecer.
"A questão da polícia estar trazendo essa divulgação é justamente fazer chegar ao alcance de outras vítimas, porque desde 2019 ele não parou de atender. Quando ele foi preso, ele perguntou qual era o nome da vítima, então provavelmente devem surgir outras vítimas", destacou a delegada.
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